Circula, Eva Circula! Em Brusque!
Sim, ela esteve lá! Nós estivemos e foi um encontro de muitos corpos pulsantes por encontros, por fazer arte e por defender os direitos das pessoas LGTBQIA+. Uma noite daquelas que a gente respira juntes, dá as mãos, se abraça e a vida ganha muitos sentidos.
Nós da Cia Carona fomos afetuosamente acolhidos pelas pessoas responsáveis pelo Centro de Direitos Humanos – CDH, que aproveitaram as ações do projeto Circula, Eva Circula para promover uma grande noite cultural, com comidinhas, bebidas, muito público e carinhos.
Após a apresentação do espetáculo aconteceu o Sarau com a participação das artistas locais Daivid Matias Krause, Douglas Leoni, Luca Rodrigues e Tuany Fagundes.
Estas ações também contaram com a participação da querida intérprete de libras Cynthia Philippi.
Nossas inquietações, sensações e emoções puderam ser partilhadas em uma grande Roda de Conversa intitulada Drag-Quem?.
Este conjunto de ações constitui-se como um destes encontros que as palavras não dão conta de traduzir o acontecimento, mas nos parece que trazer as vozes de algumas pessoas que participaram do evento possa fazer você sentir um pouquinho do que as ações do projeto Circula, Eva Circula têm provocado por onde passou:
“Muitas vezes, quem está de fora não compreende o tamanho da importância desse tipo de evento. Não raro, é um desafio para nós artistas LGBTQIAP+ trazermos nossas vivências e anseios, com gêneros e sexualidades dissidentes, para o palco. Ter um momento como esse, com casa lotada, podendo experimentar, criar, errar e celebrar esse tipo de encontro nos traz esperança e força, por conseguirmos perceber, novamente, que temos voz, que querem nos ouvir, que podemos escutar nossas pares, nossas diferenças e que sim, temos público! Um público ávido e curioso, que também anseia por mais momentos assim. Depois de anos de rigidez, medo e insegurança, percebo que temos que agarrar este novo ciclo, e nos unirmos com aquelas pessoas que fazem parte de nossas histórias e que estão com a gente para o que der e vier. Nós não estamos sozinhas e eventos como este serão cada vez mais comuns, numerosos e procurados. O caminho nunca foi e não será fácil, mas é no encontro de nossas vidas e nossas artes que vamos (re)criando trajetórias, para as que vieram, para as de hoje e, sem dúvida, para um amanhã mais colorido para todas nós!
VIDA LONGA AOS DRAG KINGS E ÀS DRAG QUEENS! VIDA LONGA ÀS NOSSAS EXISTÊNCIAS SEM CULPA! VIDA LONGA À EVA E À CIA CARONA! SIGAMOS
(Tuany Fagundes)
“Vivenciar experiências como a que tivemos o privilégio de assistir/viver na apresentação de A Segunda Eva – Cia Carona, é daqueles momentos inesquecíveis na nossa trajetória de lutas e sonhos!” (Ana Beatriz Baron Ludvig, ativista de Direitos Humanos, membra do Centro de Direitos Humanos de Brusque, Conselheira do Conselho Estadual de DH.)
“Foi um presente receber a Eva e demais artistas no espaço do CDH Brusque. Tanto pela chance de vermos o trabalho incrível da Cia Carona de perto quanto pela possibilidade de fomentar a troca local – criando, produzindo e incentivando uma agitação que queremos ver frutificar. Eva é um espetáculo fundamental e maravilhoso! Nos fez rir e chorar, nos emocionar – ao termos a chance de visitar um pouco do mundo Drag Queen – e também nos indignar – confrontando uma realidade que ainda violenta tanto a existência das pessoas LGBTQIAP+. Termos a plateia cheia reaviva nossas esperanças de que um mundo mais diverso é possível e melhor – que mesmo e apesar de tudo existimos, seguimos, resistimos e continuaremos fazendo muita arte e festa. Obrigada e já queremos mais!
(Rafaela F. Kohler, CDH/Brusque)
Nós também queremos mais e vamos continuar lutando por nossos sonhos e lutas, para fazer do amanhã mais colorido!!!! Em Brusque, em Blumenau, no Vale do Itajaí, por onde estivermos presentes, esta será a nossa busca!
Te convidamos a se juntar a nós na criação desses mundos mais diversos, respeitosos e acolhedores para todas as pessoas. Participe das ações artísticas promovidas na sua cidade, se deixe afetar pela arte, sem medo de aceitar a transmutação dos padrões, de encarar nossos modos preconceituosos de transitar pelo mundo. Vem, circula com a gente, circula!